segunda-feira, 29 de agosto de 2016

FOTOS AMAPAENSE NA ANTOLOGIA (CIDADES EM TONS DE CINZA)

Neca Machado adicionou 4 novas fotos.
2 min
FOTOS DE NECA MACHADO E RAUL QUARESMA EM ANTOLOGIA NACIONAL

FOTOS DE NECA MACHADO E RAUL QUARESMA SÃO PREMIADAS COM CLASSIFICAÇÃO ENTRE OS 150 MELHORES FOTÓGRAFOS NACIONAIS DE 2016
NA OBRA (CIDADES EM TONS DE CINZA)

DO AMAPÁ SOMENTE OS DOIS FOTÓGRAFOS HOJE FAZEM PARTE DA ANTOLOGIA NACIONAL COM FOTOS DA ARGENTINA, CHILE, CUBA, HOLANDA, EUA, ITÁLIA.)

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Neca Machado CONCURSO NACIONAL DE NOVOS FOTÓGRAFOS 2016
(Com participação Internacional)

Por: Neca Machado

(Minha fotografia “Meninos no Rio Amazonas” foi PREMIADA por estar classificada entre os melhores 150 novos fotógrafos nacionais de 2016.)

“CIDADES EM TONS DE CINZA”
• PREMIO URBS DE FOTOGRAFIA DIGITAL

• ANTOLOGIA FOTOGRÁFICA NACIONAL 2016
Organização e Apresentação: Isaac Almeida Ramos
VIVARA EDITORA NACIONAL – BRASIL

O meu amor pela FOTOGRAFIA remonta décadas, gosto de contemplar, gosto de registrar e CAPTURAR IMAGENS, e o ano de 2016 foi um ano que posso dizer CHEIO DE EMOÇÕES, em março, estive em Portugal-Lisboa para o lançamento de minha primeira Obra Internacional onde sou coautora em um livro de Poemas com autores de Angola, Moçambique, Portugal e EU a ÚNICA brasileira na obra coletiva lusa, “Ecos de Apolo”, em 19 de junho meu segundo livro em terras portuguesas também foi lançado em Lisboa e sou coautora em uma obra de contos “Palavras (com)sentidas”.
Fiz minha inscrição no Concurso Nacional “Novos Fotógrafos” – urbsbrasil Cidades em tons de Cinza, uma antologia fotográfica nacional com fotos internacionais da Argentina, Cuba, Chile, Espanha, Holanda, Itália, New York e Portugal dentre outros.

Do extremo norte do Brasil, estado do Amapá, dois fotógrafos foram selecionados para a edição nacional 2016, e um deles SOU EU Neca Machado com uma fotografia de Crianças brincando sob o leito do Rio Amazonas, (Meninos no Rio Amazonas). E Raul Quaresma.

Para: Ansel Adams
“Não fazemos uma foto apenas com uma câmera: ao ato de fotografar trazemos todos os livros que lemos, os filmes que vimos, a música que ouvimos, as pessoas que amamos. ”

Na apresentação da obra Isaac Almeida Ramos carinhosamente escreve que “ as cidades em construção e seus personagens contemporâneos ganham nas mãos dos fotógrafos a identidade visual do autor e dos instantes. Em ruas, praças, viadutos e esquinas que desvendam personagens anônimos. A Era da Fotografia Digital, que irrompe pelas ruas das cidades, ao escrever com luz e sensibilidade, a imagem capturada se torna conto, crônica, poesia..., esse mistério da fotografia em movimento, uma história sempre a ser contada. ”

SOU ASSIM, pura sensibilidade fazendo poesia com minha lente que hoje somam por mais de 11 Países, um acervo de aproximadamente cem mil fotografias, muitas delas feitas ao longo de meus cinquenta anos, ainda entrelaçadas nos rolos das maquinas antigas e quando me apaixonei pelas maquinas de disquete, ainda guardo nas gavetas milhares de fotos.
E agora meio século depois com o advento das maquinas digitais, este belo presente de fazer parte de uma ANTOLOGIA FOTOGRÁFICA NACIONAL EM 2016 com uma foto aqui do Amapá, de meninos descalços em seus bailados sobre uma lama que repousa no leito do Rio Amazonas.

Tenho orgulho sim do que faço e ACREDITO imortalizando minhas emoções, quer sejam nas poesias que escrevo e nas fotos que capturo.

Neca Machado > 29.08.2016

Neca Machado

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CONSUL HONORÁRIO DA FRANÇA NO AMAPÁ ALAIN CRAIS

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

MITOS E LENDAS DA BEIRA DO RIO AMAZONAS > ESTORIAS PARA CONTADORES > "PIRACUÍ DE COBRA"

MITOS E LENDAS DA BEIRA DO RIO AMAZONAS
POR > NECA MACHADO
PIRACUÍ DE COBRA
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Neca Machado MITOS E LENDAS DA BEIRA DO RIO AMAZONAS
BIOGRAFIA DA NECA
Por > Neca Machado (Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas na Amazônia e na Europa, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em duas obras lançadas em 2016 em Portugal-Lisboa, Licenciada Plena em Pedagogia, Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 na Europa, Quituteira, 

PIRACUÍ DE COBRA

Só de lembrar Maria Joana ainda tem vontade de vomitar.

Ela amava Acari um peixe da Amazônia, cascudo, feio para muitos e cheio de mistérios, como se fosse sobrenatural, da época dos dinossauros, mas com um sabor inigualável “dos deuses” como dizia minha avó, para muitos, melhor que os bolinhos de Bacalhau.
A farinha era retirada do tal do acari, porque Piracuí na língua Tupi significa farinha de peixe, levada ao fogo, torrada, limpa e colocada para secar ao sol, para não dar bicho repetia Maria Joana.
Muitas vezes ela nem fazia o Piracuí uma tradição da família passada de muitas gerações, sem tempo porque ainda tinha a roça, para cuidar, comprava de quem aparecesse ou trocava com algum produto de quintal, plantava mandioca para a farinha de paneiro, amassava açaí no auguidá, gostava mesmo de uma boa bacaba tirada na hora, mas, não dispensava um bom Piracuí, fazia com ovos de quintal, mexido com arroz e cheiro verde, mas o que mais gostava de fazer era uns bolinhos apimentados de Piracuí para saborear como tira gosto de fim de tarde onde a conversa jogada fora era uma rotina de ribeirinhos do interior do Afuá.
E foi assim que comprou um paneiro de Piracuí daquele Caboco que ela nunca tinha visto por aquelas paragens, ele feito um Uirapuru, cantou no seu ouvido que o Piracuí era dos bons, era de Acari, limpo, catado com apreço e que ela ia gostar, nunca mais ia esquecer do sabor do Piracuí especial dele.
Sorriu um riso enigmático que ela não conseguiu entender, mas, achou ele meio saliente, mesmo assim, comprou o tal Piracuí.
No quintal colheu alfavaca, cheiro verde fresco, cebolinha, tomates, chicória, limão galego e pimenta do cheiro, catou as espinhas do tal Piracuí, achou diferente que ele não tinha as mesmas espinhas dos outros Piracuís, mas, deu de ombros, fez a massa com macaxeira tirada na hora, recheou os bolinhos e começou a fritar para a família que era grande, o cheiro se espalhou pela vizinhança.
Estava bom disse o vizinho.
E assim, comeram os bolinhos de Piracuí a tarde toda jogando conversa fora sentindo o cheiro de pitiu no jiral, quando a Lua chegou furtiva, e com ela o compadre em uma canoa parando puto da vida e dizendo em bom tom: fui enganado pelo filho de uma égua que me vendeu porcaria.
Maria Joana sem entender perguntou: o que aconteceu?
E compadre Bené soltando brasas pela boca disse: Ele me vendeu PIRACUÍ DE COBRA.
Maria Joana atordoada, mas que depressa se apressou em levantar, e disse como ele era? E Bené deu as características do vendedor, era o mesmo que tinha vendido um belo paneiro para ela e eles tinham terminado de saborear um balde de Piracuí de Cobra.

Todos se olhavam feito fantasma, uns metiam o dedo na boca para tentar vomitar, mas nada conseguiam, e ela esperta, olha que já tinha escutado de tudo naquelas paragens, até que comiam rato e cachorro na China, mas, ser enganada por um caboco feito Uirapuru encantado que lhe vendeu Piracuí de Cobra, repetia, NUNCA MAIS!

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

UM HOMEM DO POVO QUE APOIAVA A CULTURA POPULAR DA FLORESTA > +23.08.2016 MORRE MANOEL MANDI

Neca Machado adicionou 3 novas fotos.
13 min
+23.08.2016 MORRE O EX DEPUTADO MANOEL MANDI
UM VERDADEIRO REPRESENTANTE DO POVO
GENTE SIMPLES E CORDATA
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Neca Machado +23.08.2016 MORRE O EX DEPUTADO MANOEL MANDI

Por > Neca Machado
Um dia como Jornalista Colaboradora e artista Plástica que trabalho com portadores de síndrome de Down, recebi o convite do ex-deputado Manoel Mandi para conhecer um projeto que ele desenvolvia na Apae de Laranjal do Jari, viajamos junto com o o ex Comandante da Policia Militar Coronel Aires e o Professor Mota do Projeto Peixinho Voadores.
A viagem foi das mais divertidas, de ônibus sentei ao seu lado e ele me explicava sobre algumas arvores centenárias que visualizávamos pelo caminho, gente simples, falando a linguagem do seu povo, contou de sua vida simplória que com muitas dificuldades conseguiu superar, era um RESILIENTE na essência da concepção.
Chegando no município de Laranjal do Jari fomos acomodados em um hotel no centro e no outro dia, visitamos alguns Pioneiros amigos seus.
MANDI era um verdadeiro representante do POVO, falava a linguagem popular, era simplório nas suas ações, mas tinha segundo escutei de vários populares “um coração de ouro”
Mesmo sendo um empresário que conseguiu sucesso, nunca perdeu sua simplicidade, participava de projetos voluntários e ações sociais do Rotary Club e também do Clube do Jeep que amava.

Eu tive o prazer de saborear de sua SIMPLICIDADE.
DESCANSE EM PAZ.
CONDOLENCIAS A FAMILIA E AMIGOS.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

22 AGOSTO < DIA DO FOLCLORE, E CENTRO CULTURAL FRANCO AMAPAENSE VALORIZA LENDAS DO AMAPÁ



MITOS E LENDAS DO AMAPÁ VALORIZADOS NO CCFA


LENDAS TUCUJUS RESGATADAS PELO CCFA NO DIA DO FOLCLORE



CONTOS DA BEIRA DO RIO AMAZONAS NO CENTRO FRANCO AMAPAENSE


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

LENDAS DE ENCANTAMENTO

22.08 > DIA DO FOLCLORE
COM MITOS E LENDAS DO AMAPÁ

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Neca Machado MITOS E LENDAS DO AMAPÁ NO DIA DO FOLCLORE” 22.08

Centro Cultural Franco Amapaense

O estado do Amapá possui uma diversidade de manifestações culturais singulares, dentre elas as LENDAS URBANAS e Rurais perpetuadas e difundidas por verdadeiros PIONEIROS que transmitiram através das gerações causos do imaginário popular, LOGRADOUROS como o Poço da Boa Hora, Poço do Mato do bairro do Laguinho, Baixada da Maria Mucura, Docas da Fortaleza de São José de Macapá, Pau do Pecado, Campos do Kouro dentre outros possuem dezenas de LENDAS URBANAS, simbolizando e retratando estórias do imaginário tucuju, produtos de uma miscigenação cultural.

CONTOS

OS ENCANTOS DO POÇO DO MATO (LENDAS DE ENCANTAMENTO)

A lata de manteiga bem ariada, é instrumento de trabalho de Nega Piedade, rebolando as cadeiras ela desce preguiçosa e com ares de princesa de ébano as ladeiras que circundam o entorno do POÇO DO MATO, cantarola sem letra uma canção indecifrável aos ouvidos dos mortais.
Ela retira com cuidado os cipós que atrapalham seu caminho e segue sorrateira como uma cobra a dar o bote. No lado esquerdo um pedaço de pano no ombro, puído pelo tempo e no braço direito a famosa lata de manteiga que serviria para levar o liquido precioso para os patrões degustarem após a ceia matinal e para ajudar nos afazeres domésticos.

Negra Piedade brilha na sua cor lustrada pelos raios dourados do sol que banham aquela manhã, e ela num misto de magia faz parte de uma aquarela. O POÇO DO MATO tornou-se inatingível, distante, e a negra no viço da idade não percebe, o canto do pássaro é sua companhia, e a caminhada é longa, ela levanta a blusa, mostra seus seios rijos ao sol e enxuga o suor da testa.
Ao abrir os olhos o POÇO DO MATO surge como por encanto a sua frente e suas águas jorram como faíscas prateadas lavando o céu.

Piedade é só alegria, suas companheiras não apareceram e ela agradece por não ter que dividir espaço com ninguém em busca da água. A negra furtiva e exausta da caminhada observa se alguém se aproxima, seu suor é forte nas entranhas, seu cabelo carapinha, e os calos nos pés são esquecidos por um momento e ela se entrega aos sonhos, sentada ao redor do POÇO DO MATO encantado, dos Campos do Laguinho.

O Moço branco de camisa engomada, perfume francês estende-lhe suas mãos, e Piedade não recusa seu convite, levanta assanhada, arruma os cabelos, ensaia seu sorriso mais branco, balança as cadeiras, empina os seios num frenesi e exclama: sou toda sua Sinhô!
O moço ergue-a do solo, levita com ela naquele cenário e Piedade emudece, os pássaros continuam a cantar, as arvores deslizam suavemente ao balançar do vento e a brisa que sopra não a desperta de seu sonho irreal.

O POÇO DO MATO é a única testemunha da Negra Piedade e cúmplice em seu prazer carnal. As horas são intermináveis e preocupam os seus patrões, seus conhecidos e os vizinhos da negra Piedade.
Escurece, a Rasga Mortalha solta seu grito ensurdecedor, o céu tem muitas estrelas, o vento é frio e o Poço do Mato assustador, negra Piedade não voltou, os moleques correm com lamparinas pelo mato, cachorros servem de companhia a procura de negra Piedade, e nem sinal dela. A noticia se espalhou, o seu sumiço é comentado em todas as esquinas, e em todos os bairros, a população que mora na Favela e no Elesbão ficam estarrecidos.
As lavadeiras e as carregadeiras de água junto com as moças virgens são proibidas de irem ao Poço do Mato sozinhas.
Por que?
Negra Piedade foi ENCANTADA no Poço do Mato dos Campos do Laguinho.

“Olha sinhô,
Olha sinhô
No poço do Mato
Essa Negra se encantou…”